DIVIRTA-SE

VEJA O BRIEFING ANTES DE CORRER

REGULAMENTO ILUSTRADO

Numa reta é muito fácil distinguir quem é o culpado. Os dois carros vêm em linha reta e uma mudança brusca de direção, sem lógica, causada por um choque, denuncia o culpado!

Pode parecer que uma curva não tem dono! Mas imagine que existam três linhas imaginárias, que definem o início, o meio e o fim de uma curva. Estas linhas definem o início e o fim de uma trajetória “curva”, justamente a continuação da trajetória reta! Então, se numa reta um carro não pode invadir a trajetória do outro, o mesmo vale para uma curva!

Há casos na história do automobilismo de carros fazerem não somente uma curva mas uma volta completa lado a lado. Houveram toques? Sim, houveram. Mas aquele tipo de toque no qual cada piloto sabia que o outro estava usando o limite que lhe era permitido. Pode ser que alguma vez uma lateral sofreu um arranhão, mas isso é o limite a que uma disputa justa por posição é levada. O que não pode ocorrer é tirar o carro da sua trajetória normal, muito menos “joga-lo” para fora da pista. É aí que devem entrar as punições.

E você sabe qual a função do bico? Tão importante do que “aerodinâmica”, sua função é ser um indicador do limite a que o piloto pode chegar. Esse limite pode ser o toque, mas se o toque for forte demais o bico estoura, cai, e o piloto é penalizado com uma parada não programada para repô-lo. Mas, as vezes, alguns pilotos prendem o bico de tal forma que ele não cai mais, se não partido ao meio. Aí o limite passa a ser outro. Neste caso, quando o toque é forte demais o carro atingido é “jogado” para fora da pista ou roda.

Um Campeonato totalmente justo se mede justamente nisso. Não é preciso artifícios como o de bicos soltos para medir qual o limite a que o piloto pode ir, apesar que estes tipos de recursos são necessários para estabelecer uma forma mais fácil e justa de julgamento. Nas páginas seguintes você verá como é fácil fazer dentro dos limites do esporte, uma corrida limpa sem os toques.

Seguindo a lógica dos slides anteriores vamos tentar elucidar as dúvidas na entrada de uma curva. Na simulação a seguir imagine que o carro verde está sendo ultrapassado. A visão de um piloto de kart não se restringe à olhar somente para frente. Ele também enxerga lateralmente. Se isso não fosse verdade muitas defesas de curva não seriam possíveis. A definição da linha tracejada que estabelece a área de visão do piloto do carro verde é um leve giro da cabeça para o lado. Não é necessário colocar o queixo por sobre o ombro para saber que adversário já colocou o carro do seu lado.

A área cinza para trás da linha tracejada indica a região que o piloto do carro verde não enxerga. A linha tracejada transpassa a posição do banco, ou seja, para o carro vermelho ter a preferência da curva o bico do seu carro precisa atingir a altura do banco do carro verde. A ilustração se completa com as setas curvadas que mostram que o carro vermelho fará uma curva mais fechada e o carro verde uma curva mais aberta. Até este momento o que está configurado é uma intenção de ultrapassagem. O carro vermelho possivelmente retardou a freada, enquanto ele e o carro verde ainda estavam em linha reta. O que acontece a partir desse momento é o que foi descrito nos slides anteriores, ambos os pilotos tem a obrigação de respeitar o traçado do outro. Esqueça que curva não tem dono ou que o piloto de dentro tem o direito de “espalhar” na curva.

 

Este é o traçado que o piloto procura fazer para ser rápido. Ele tangencia o final da reta, buscando o melhor posicionamento para tangenciar o centro da curva e sair tangenciando o início da outra reta. Este tangenciar não é por acaso. O piloto tenta transformar a curva o mais parecido com uma reta.

É comum o piloto que vem atrás “chegar” no final da reta. Ele tem melhores condições de LER o que o piloto da frente vai fazer. Ele sabe que o outro carro vai se posicionar por fora buscando a tangência do final da reta, como ilustrado na figura anterior. Então o piloto retarda a freada, coloca seu carro por dentro e vai fazer o contorno fechado da curva. Nesse caso não importa ser rápido, mas ultrapassar o outro carro. Mas observe que as duas trajetórias se cruzam no centro da curva.

 

O que os itens do regulamento mostrados no segundo slide querem dizer é o que será ilustrado nesta e nas próximas figuras. Acompanhe as figuras e entenda quem “atingiu” a outra trajetória e é, portando, o culpado pela colisão. Neste caso, o carro vermelho é o culpado. Note que o carro vermelho bateu na lateral no carro verde. É nítido que o carro vermelho esqueceu de freiar!

Neste caso, o carro verde é o culpado. Neste caso o carro verde não quis admitir que perdeu a preferência. Muito provavelmente ele viu antes da linha imaginária que determina o início da curva que não conseguiria evitar a ultrapassagem. O melhor seria freiar um pouco e tentar o “X” na saída da curva.

Neste caso, o carro vermelho é o culpado. É óbvio, o carro vermelho esqueceu de freiar!

Neste caso, o carro verde é o culpado. Também é óbvio, o carro verde não freiou!

Neste caso, o carro vermelho é o culpado. O carro vermelho quis ser rápido e foi apressado demais. A ultrapassagem seria perfeita se seu bico não batesse na traseira do carro verde!

Neste caso, o carro verde é o culpado. O carro verde tinha condições de sair mais rápido, emparelhar no final da curva e ganhar no final da reta antes da próxima curva, porque seu carro
vinha mais acelerado. Lembra da história de tentar fazer da curva uma reta (terceiro slide)? Mas o carro verde calculou mal e o bico do seu carro
bateu na traseira do carro vermelho.

Na situação de os dois carros disputarem o mesmo traçado, os toques devem ser evitados! Não é
permitido o apoio no outro carro, nem empurra-empurra. Neste caso, o carro vermelho está ultrapassando pela grama. Se o pior acontecer, isso é considerado um agravante! Durante a corrida, alguns toques podem acontecer, mas fica claro que a insistência de toques também é passível de punição.

Não existe a tal lei de “quem está por dentro tem a preferência”; existe sim a lei de que um não pode invadir a trajetória do outro. Tenha sempre em mente de que uma corrida de carros leva em conta, além da velocidade, a presença de outros carros e o limite imposto pela pista. Jogar o outro carro para fora da pista, sob qualquer circunstância, é objeto de investigação. E passível de punição!!

Na simulação a seguir imagine que o carro verde está sendo ultrapassado. A visão do piloto do carro verde não se restringe à sua frente. Ele também enxerga lateralmente. Se isso não fosse verdade muitas defesas de curva não seriam possíveis. A definição da linha tracejada que estabelece a área de visão do piloto é um leve giro da cabeça para o lado. Não é necessário colocar o queixo por sobre o ombro para saber que adversário já colocou o carro do seu lado. A ilustração se completa com as setas curvadas que mostram que o carro vermelho fará uma curva mais fechada e o carro verde uma curva mais aberta. Até este momento o que está configurado é uma intenção de ultrapassagem. O carro vermelho possivelmente retardou a freada, enquanto ele e o carro verde ainda estavam em linha reta. O que acontece a partir desse momento é o que foi descrito nos slides anteriores, ambos os pilotos tem a obrigação de respeitar o traçado do outro. Esqueça que curva não tem dono ou que o piloto de dentro tem o direito de “espalhar” na curva.

Na primeira imagem, o carro vermelho é o principal
suspeito pelo acidente. Já na segunda a partir deste ponto, o carro verde é o principal suspeito pelo acidente.